"UNIVERSO"

Beijo seus cabelos
Seu pescoço e boca,
Minhas mãos lentamente
Passeiam por seu corpo,
Meus dedos provocam-lhe
Arrepios mansos, suaves.
E continuo a beijá-la,
Lentamente, seus seios, 
Sua barriga, seu ventre...
Balbucias meu nome,
Seus olhos semicerrados,
O prazer que a domina
E nossos corpos se unem
Tendo apenas, entre nós,
Desejos, carinhos, afagos...
Após todos os segredos
Desvendados, caídos por terra,
Amamo-nos e nos amamos
Com o brilho 
Da paixão nos olhos
E a grande sensação 
De que somos únicos 
Amantes, estrelas de luz
A percorrer
Um universo maravilhosamente

Belo...

Carlos de Farias

"POR QUÊ?"

Sofro na solidão
Ausência de palavras
De gestos e toques
Macia pele arrepiada
Na maciez da cama
Que tateio em vão
Saio à rua
Mas dou de encontro
Com a saudade
Essa companheira
Que me consome lentamente
E em cada espaço
Lá estás
Quero arrancar do peito
Esse câncer
Que é te querer
Parar de sofrer
Ou quem sabe
Morrer...

Carlos de Farias

"VOLTA"

Lágrimas rolam suavemente
por minhas faces,
um grito místico/pavor
estaciona-se em minha garganta.
Meu peito arfante
não tem como segurar
meu doído coração.
E eu, a pedir
com todas as forças da minha mente
para que você volte,
pois meu corpo não vive
sem o seu calor,
minha boca não sabe beijar
outra boca que não a sua.
Venha, ama-me, ama-me...
Me escandaliza,
me devassa,
quero ser toda sua,
em qualquer lugar,
em qualquer posição,
sem conceitos/normas/códigos.
Quero apenas ser sua
e sentir o céu azul,
ver flores coloridas a
enfeitar nossa alcova,
nosso mundo secreto,
sentir o sol maior
queimar minhas entranhas
e febrilmente, loucamente,
te amar e te amar,
como se fosse
a última vez...

Carlos de Farias