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sábado, 21 de junho de 2014

DOCE VIRGEM



















DOCE VIRGEM

Uma doce virgem corria pelo campo
Um campo verde bandeira
Um campo com flores vermelhas
Um campo onde havia uma bela macieira
Campo vazio de pessoas
Campo calmo
Campo relaxante
Relaxante campo
Onde a doce virgem passeava 
Cantava belas músicas 
Em sua melodia bailava
Rodopiava 
Corria 
Pulava 
Pensava ao cantar
Ao sentir a brisa do vento
Sonhava em encontrar um rei
Sonhava em encontrar um castelo
Sonhava com um final feliz
Doce virgem 
Não vivia a realidade 
Já não existiam mais príncipes
E nem castelos
Sua virgindade se fora
Por entre as macieiras do campo
Verde bandeira
Com flores vermelhas
Se fora com a brisa do vento
Se fora antes de ter seu sonho
Se fora no momento em que se via
Como uma virgem correndo pelo campo
Se fora de forma tão sublime e orgásmica 
Que só em seu sonho se concentrava 
A virgem que já não era mais virgem 
sonhava em ter sua virgindade pra sempre
Mal sabia ela que já não era mais
Adormecida em lençóis 
Se deliciava 
Se saciava 
Se deleitava nos braços do jovem rei
Abria os olhos por dentro de sua alma
Gemia que sempre virgem seria
Virgindade da alma
Virgindade de uma fidelidade sensata
Virgindade da doce virgem
Envenenada por uma imaginação orgásmica.


Karla Magalhães